Museus e rotas: a tutela e a transmissão do património arqueológico de origem subaquática

Desde que se realizaram no Cabo Artemisión (Grécia) as primeiras descobertas de objetos históricos alijados no fundo marinho, o ser humano sentiu a necessidade de trazê-los para a superfície e de expô-los.

Esses objetos, cobertos por raízes de algas e conchas, são testemunhos privilegiados do poder esquecido de uma nação, de um terrível combate militar ou de uma tragédia acontecida no mar que muitos temem e todos respeitam. São objetos que surpreendem pela quantidade, pelas dimensões, pela antiguidade e pela singularidade.

Os primeiros Museus marinhos estão cheios desses objetos que reconstituem uma parte do curso das pilhagens das escavações arqueológicas que não foram localizadas nem estudadas ou, no pior dos casos, que já foram perdidas por causa da ganância humana.

O interesse da sociedade por este património cultural assenta na inacessibilidade do mesmo, enquanto que as ruínas de algumas termas ou cidades são facilmente observáveis, o mesmo já não acontece com os restos de um navio do século de XVI, que não estão acessíveis, salvo algumas exceções no mundo inteiro. Não se pode visitar um povoado engolido pelo mar, como a aldeia romana de Baia ou a cidade de Porto Real, na Jamaica. Mas antes de considerarmos o acesso destes lugares à sociedade, é necessário incutir responsabilidade na forma como o fazem. Difusão e conservação não são a mesma coisa.

A Macaronésia estuda novas formas para potenciar este aspeto fundamental na investigação do património cultural submergido. A sua acessibilidade, por meio da criação de novos recursos e infra-estruturas, é do interesse de todos os países que fazem parte da Convenção de Unesco para a Proteção do Património Submergido.

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